quarta-feira, 22 de abril de 2009

Madrugada de quarta, 22 de abril de 2009

A Donzela e o Mocinho

FOZ
(Catarina Kandinsky)

Levo comigo a imagem da tua voz
Que me aponta, ilumina o caminho.
Teu olhar derrama como foz
E me lança dentro do rodamoinho.

Tuas mãos me fizeram mulher.
Tuas palavras me conduziram
Ao mundo e seu infinito saber
E aos mistérios que emergiram.

Hoje eu quero ser a senhora
Da minha vida, do tempo-agora,
Pra poder levar do meu ninho

A tua Poesia sonora,
A tua Luz de aurora,
A suavidade do teu carinho.


ESTUÁRIO
(Rabello Catavento)

Leito do estuário sem fim
Sou afluente, posto que tua existência,
Navega em três rios dentro de mim:
O Amor, a Arte e a Experiência.

No primeiro eu sou ingênua embarcação
Que naufraga e ressurge desatenta,
Desaguando no segundo em revirão
Desbravando oceanos de tormenta.

No terceiro conduzi a nau errante,
E por léguas combati os meus anseios.
Pelos mares, inconstante fui gigante,
E no cais me refugio em devaneios.

E a senhora que minha poesia leva,
Ancorado estou no porto à sua espera

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