a semente do teu amor de filha
não se perde no desalento de uma dor
e o que escapa nesse pranto derradeiro
é a medida certa, a espera que te cerca
e se agora a morte soa, tal como erva daninha
não se espante que um dia te encantes
no reencontro de um pai e sua doce filha
*poema à uma filha dedicada, em luto dada a morte de seu pai
**escrito em 20 de julho de 2009
terça-feira, 21 de julho de 2009
quinta-feira, 28 de maio de 2009
segunda-feira, 25 de maio de 2009
O Sonho no Homem
O Sonho no Homem
Confeccionada por mim no dia 25 de maio de 2009
"Céu de anil
Véu de estrela a guiar
Cometa atravessa o luar
Moinho incessante a girar
E eu no ar
Mordendo nuvens de algodão
Dançando feito um barão
Cruzando a imensidão"
(O Sonho de um Homem Ridículo, trecho de composição minha)
Um quarto de século completo nesse mês de maio. Mais um ciclo que se configura em minha curta trajetória. Do homem ao sonho me desdobro em busca incessante e proclamo nesse novo ano: O homem no sonho é uma casualidade cotidiana que se acaba com o toque do despertador ou com o pranto de um velho amor, o sonho no homem é a eterna busca do que parece inatingível, mas que ainda assim não permite desistência e contempla movimento, beleza e graça, eu busco o sonho em mim.
"Céu de anil
Véu de estrela a guiar
Cometa atravessa o luar
Moinho incessante a girar
E eu no ar
Mordendo nuvens de algodão
Dançando feito um barão
Cruzando a imensidão"
(O Sonho de um Homem Ridículo, trecho de composição minha)
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Obra em Progresso
Entrevista concedida pelo xilogravurista Rubem Grilo a Rabello Catavento e Henri Salinas Matisse
"Em arte você está constantemente se renovando. Muito do meu processo de acumulação de experiências vem de um processo integrado a própria obra que eu fui realizando nesse tempo, e os livros e as informações que vão sendo adquiridas, elas só tem na verdade sentido na medida em que elas acompanham quase que um paralelismo com seu processo de amadurecimento... Quando você tem apenas uma pessoa te influenciando a sua tendência é se transformar num ciclo daquela referência. O importante é aumentar o maior número possível de informação e pegar o maior número possível de artistas para que nesse conjunto você tire deles o melhor. Eu quero dizer o seguinte: quanto mais influência você tem mais possibilidade você tem de não se influenciar... Eu acho que em primeiro lugar você tem que ter uma certa prosidade com as coisas, deixar um pouco que as coisas te levem. Eu poderia dizer o seguinte: quando você não sabe a sua mão sabe, a mão às vezes vai por um caminho certo e através dela as coisas vão acontecendo. Não há uma idéia fora do homem, eu acho que a idéia de que as grandes coisas estão fora do nosso alcance pertubam mais do que ajudam, eu acho que as pequenas coisas são de repente as mais importantes."
GUARDA-ESTRELAS
Henri e Eu
Quando conheci Henri Salinas estávamos rodeados por belíssimas orquídeas. Salinas preparava o cavalete e separava o material de pintura, tudo em pastel. Achei curiosa aquela figura extremamente jovial que exalava o peso bom da experiência. Sua postura, delicadeza, educação eram primorosas. Curioso, apresentei-me, conversamos por longas horas enquanto aquele que seria meu futuro e eterno companheiro flertava com as orquídeas à nossa volta.
Somos realmente viajantes perenes nesse longínquo caminho, cruzamos nosso destino e dividimos nossas experiências com tanta gente que espanta quando reconhecemos a sinergia astral em encontros de botânica e processos criativos não programados. Henri, ao fim da tarde, entrega-me sua tela e diz:
- É para tu! Para que se lembres, assim como já disse uma raposa no deserto, que quando duas almas se cativam elas se pertencem e por isso lhe entrego minhas tão adoradas orquídeas. Assim, aonde fores, quando a noite cair e o silêncio for quebrado pelo uivar errante dos ventos tu olharás para esta tela e se lembrarás deste belo jardim. Por consequência eu surgirei em tua mente e nâo te esquecerás jamais de mim.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Surrealismo Caótico V.S. Realismo Apático
Viver em um mundo repleto de noções "preto no branco" nos faz querer ou abarcar na ingenuidade lúdica dos amores e ambientes bucólicos ou no surrealismo agressivo. passional e caótico.
Enquanto a viagem de Rabello Catavento e Henri Salinas Matisse busca um eixo em minha mente, me manifesto verbalizando em arte de diversas maneiras a fim de encontrar o eixo, acima de tudo, em mim mesmo.
Enquanto a viagem de Rabello Catavento e Henri Salinas Matisse busca um eixo em minha mente, me manifesto verbalizando em arte de diversas maneiras a fim de encontrar o eixo, acima de tudo, em mim mesmo.
MORENAConfeccionada em pastel sobre superfície encontrada no lixo
SELVAGEM NO PINDORAMA
sexta-feira, 1 de maio de 2009
PROCURA-SE A MINHA SUBJETIVIDADE!!!
Enquanto Salinas e eu não nos reconhecemos na história, vem a mim Catarina Kandinsky envolta em confetes e perguntas, perguntas e mais perguntas.
Catarina, a senhora de minha poesia e meu grande amor, compreende em mim uma fatia imensurável. Pois respiro, sinto e com ela me comunico sem a tangibilização destes sentidos nos muros de concreto do espectro físico e mundano.
Será isso a subjetividade?
Assim como cataventos e matisses desenham-se em meus pensamentos através de olhares que estabeleço, por quê não o amor?
Será a subjetividade o pensamento configurado tangibilizado a uma realidade "cotidiana"? Será isso a arte? Afinal, se a poesia nasce do sentimento humano e este estabelece olhares fruto de experiências vividas, creio, por fim, na subjetividade como uma maneira mais profunda e dígna de se perceber a realidade!
Logo, se Kandinsky se faz tão íntima, clara e viva à mim concluo sorridente que esta doce menina de confetes, arpejos de violões, marcações de cena e beijos molhados é a subjetividade que eu sempre busquei e, hoje, nela me abrigo.
Vejo que a ela respondo da mesma maneira e, portanto, esboço aqui o dia em que Rabello Catavento e Catarina Kandinsky se esbarraram, e tanto um quanto o outro, jamais foram os mesmos.
A subjetividade de Rabello e Catarina por Catarina Kandinsky:
Naquele dia eu decidi fotografar. Saí, câmera nas mãos, em busca de situações, ângulos e pessoas diferentes. Eu não queria uma foto comum, mas uma imagem inspiradora, que dissesse mais do que a palavra seria capaz. Mas não havia nada lá fora. Não conseguia capturar com a minha lente nada sequer parecido com o que eu buscava. Todas as fotos me pareciam repetições, negativos de fotos já existentes. Era a primeira vez que me aventurava como fotógrafa, era natural que eu repetisse padrões. Mas eu precisava captar um olhar diferente...(olhar de interesse, estranhamento) Eu vi um homem parado no meio da calçada, olhando para os carros que passavam, olhando para além dos carros que passavam. Primeiro estranhei, depois...de repente me dei conta de que ele era a subjetividade que me faltava. De frente para ele, apertei o botão: CLIQUE. E quando olhei de novo ele já não estava mais ali. E eu não sabia mais como ele era, então ele talvez ainda estivesse ali, de pé, de costas. Como eu iria saber? Eu precisava falar com ele. De alguma maneira que desconheço esse homem mudou a minha vida, o meu modo de ver as coisas. Quando ele sumiu, me senti vazia. Perdi a matéria-prima da minha fotografia, a subjetividade. Revelei a foto ainda naquela tarde e passei a procurá-lo em cada rosto que eu via. Espalhei cópias da foto pela cidade inteira com um apelo: PROCURA-SE A MINHA SUBJETIVIDADE. Ninguém telefonou. Os cartazes desapareceram misteriosamente. Eu sabia que era ele. Por quê ele sumiu de mim assim? Era o flash. Era o piscar de olhos que o fez desaparecer. Eu espatifei a câmera e queimei os destroços, porque eu pensei no que os índios pensam, que a fotografia aprisiona a alma do fotografado. E, no entanto, quem perdeu a alma - e a calma - fui eu. Será que eu o matei? Ou será que eu morri? Definitivamente, eu jamais serei a mesma.
A subjetividade de Rabello e Catarina por Rabello Catavento:
Confetes de Kandinsky
Confetes de Catavento
Pano de Guardar Confetes
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