Quando conheci Henri Salinas estávamos rodeados por belíssimas orquídeas. Salinas preparava o cavalete e separava o material de pintura, tudo em pastel. Achei curiosa aquela figura extremamente jovial que exalava o peso bom da experiência. Sua postura, delicadeza, educação eram primorosas. Curioso, apresentei-me, conversamos por longas horas enquanto aquele que seria meu futuro e eterno companheiro flertava com as orquídeas à nossa volta.
Somos realmente viajantes perenes nesse longínquo caminho, cruzamos nosso destino e dividimos nossas experiências com tanta gente que espanta quando reconhecemos a sinergia astral em encontros de botânica e processos criativos não programados. Henri, ao fim da tarde, entrega-me sua tela e diz:
- É para tu! Para que se lembres, assim como já disse uma raposa no deserto, que quando duas almas se cativam elas se pertencem e por isso lhe entrego minhas tão adoradas orquídeas. Assim, aonde fores, quando a noite cair e o silêncio for quebrado pelo uivar errante dos ventos tu olharás para esta tela e se lembrarás deste belo jardim. Por consequência eu surgirei em tua mente e nâo te esquecerás jamais de mim.
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